segunda aula: peça pronta!
sexta-feira, 8 de agosto de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Retomei a prática de Yoga essa semana em um lugar muito bom, recomendo!
O Mangalam Yoga Studio é um espaço de práticas de Yoga localizado em Porto Alegre, RS.
Navegue pelo site e conheça um pouco mais sobre Yoga, Ashtanga Vinyasa Yoga e o nosso trabalho.
O Yoga destina-se a toda humanidade.
Temos como missão divulgar o caminho da união através do yoga, trazer ao cotidiano a nossa filosofia, ensinar com sinceridade aos praticantes as ferramentas para o autoconhecimento, onde cada um trilhe um caminho saudável, alegre e firme, direcionando a mente com clareza nas transformações e descorbertas da vida.
Queremos que todos possam ser felizes, através de um contato mas profundo com o seu interior, encontrando lá a paz, harmonia, tranqüilidade para se auto-desenvolver.
http://www.mangalam.com.br/Le poète est cise1eur,
Le ciseleur est poète.
Victor Hugo.
Não quero o Zeus Capitolino
Hercúleo e belo,
Talhar no mármore divino
Com o camartelo.
Que outro - não eu! - a pedra corte
Para, brutal,
Erguer de Atene o altivo porte
Descomunal.
Mais que esse vulto extraordinário,
Que assombra a vista,
Seduz-me um leve relicário
De fino artista.
Invejo o ourives quando escrevo:
Imito o amor
Com que ele, em ouro, o alto relevo
Faz de uma flor.
Imito-o. E, pois, nem de Carrara
A pedra firo:
O alvo cristal, a pedra rara,
O ônix prefiro.
Por isso, corre, por servir-me,
Sobre o papel
A pena, como em prata firme
Corre o cinzel.
Corre; desenha, enfeita a imagem,
A idéia veste:
Cinge-lhe ao corpo a ampla roupagem
Azul-celeste.
Torce, aprimora, alteia, lima
A frase; e, enfim,
No verso de ouro engasta a rima,
Como um rubim.
Quero que a estrofe cristalina,
Dobrada ao jeito
Do ourives, saia da oficina
Sem um defeito:
E que o lavor do verso, acaso,
Por tão subtil,
Possa o lavor lembrar de um vaso
De Becerril.
E horas sem conto passo, mudo,
O olhar atento,
A trabalhar, longe de tudo
O pensamento.
Porque o escrever - tanta perícia,
Tanta requer,
Que oficio tal... nem há notícia
De outro qualquer.
Assim procedo. Minha pena
Segue esta norma,
Por te servir, Deusa serena,
Serena Forma!
Deusa! A onda vil, que se avoluma
De um torvo mar,
Deixa-a crescer; e o lodo e a espuma
Deixa-a rolar!
Blasfemo> em grita surda e horrendo
Ímpeto, o bando
Venha dos bárbaros crescendo,
Vociferando...
Deixa-o: que venha e uivando passe
- Bando feroz!
Não se te mude a cor da face
E o tom da voz!
Olha-os somente, armada e pronta,
Radiante e bela:
E, ao braço o escudo> a raiva afronta
Dessa procela!
Este que à frente vem, e o todo
Possui minaz
De um vândalo ou de um visigodo,
Cruel e audaz;
Este, que, de entre os mais, o vulto
Ferrenho alteia,
E, em jato, expele o amargo insulto
Que te enlameia:
É em vão que as forças cansa, e â luta
Se atira; é em vão
Que brande no ar a maça bruta
A bruta mão.
Não morrerás, Deusa sublime!
Do trono egrégio
Assistirás intacta ao crime
Do sacrilégio.
E, se morreres por ventura,
Possa eu morrer
Contigo, e a mesma noite escura
Nos envolver!
Ah! ver por terra, profanada,
A ara partida
E a Arte imortal aos pés calcada,
Prostituída!...
Ver derribar do eterno sólio
O Belo, e o som
Ouvir da queda do Acropólio,
Do Partenon!...
Sem sacerdote, a Crença morta
Sentir, e o susto
Ver, e o extermínio, entrando a porta
Do templo augusto!...
Ver esta língua, que cultivo,
Sem ouropéis,
Mirrada ao hálito nocivo
Dos infiéis!...
Não! Morra tudo que me é caro,
Fique eu sozinho!
Que não encontre um só amparo
Em meu caminho!
Que a minha dor nem a um amigo
Inspire dó...
Mas, ah! que eu fique só contigo,
Contigo só!
Vive! que eu viverei servindo
Teu culto, e, obscuro,
Tuas custódias esculpindo
No ouro mais puro.
Celebrarei o teu oficio
No altar: porém,
Se inda é pequeno o sacrifício,
Morra eu também!
Caia eu também, sem esperança,
Porém tranqüilo,
Inda, ao cair, vibrando a lança,
Em prol do Estilo!
A garantia de nos tornarmos invencíveis está em nossas próprias mãos.
Tornar o inimigo vulnerável, só depende dele próprio.
Sun Tzu, A Arte da Guerra
Sonho mais raramente com ele, graças a Deus,
já não imagino que o vejo
em toda parte.
A névoa encobre a estrada embranquecida,
as sombras leves
já fogem sobre a água.
O dia inteiro os sinos não pararam
de
tocar sobre os campos bem arados.
Ainda mais altos são os do mosteiro
de
São João que eu vejo lá longe.
No campo, vou colhendo as
violetas
que ainda outro dia floresceram
e fico olhando aqueles dois
monges
que passeiam pela antiga muralha.
Diante dos meus olhos,
que eram cegos,
ressurge concreto um mundo inteligível e familiar.
O Deus
dos Céus cicatrizou minha alma
com a gélida calma da ausência do
amor.
Beijo Iv
Eu te amo
porque te amo.
Não precisas ser amante,
e nem sempre
sabes sê-lo.
Eu te amo
porque te amo.
Amor
é estado de graça
e com amor
não se paga.
Amor
é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira,
no elipse.
Amor
foge a dicionários
e a regulamentos vários.
Eu te amo
porque
não amo bastante
ou demais a mim.
Porque
amor não se troca,
não se conjuga
nem se ama.
Porque
amor é amor a nada,
feliz e forte
em si mesmo.
Amor
é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem
(e matam)
a cada instante de amor.
"Existem muitos motivos
para não se amar uma pessoa,
mas apenas um para amá-la".
Carlos Drummond de Andrade
AMOR É UM FOGO QUE ARDE SEM SE VER;
É FERIDA QUE DÓI E NÃO SE SENTE;
É UM CONTENTAMENTO DESCONTENTE;
É DOR QUE DESATINA SEM DOER
É UM NÃO QUERER MAIS QUE BEM QUERER;
É SOLITÁRIO ANDAR POR ENTRE A GENTE;
É UM NÃO CONTENTAR-SE DE CONTENTE;
É CUIDAR QUE SE GANHA EM SE PERDER
É UM ESTAR-SE PRESO POR VONTADE;
É SERVIR A QUEM VENCE O VENCEDOR;
É UM TER COM QUEM NOS MATA DE LEALDADE.
MAS COMO CAUSAR PODE O SEU FAVOR
NOS MORTAIS CORAÇÕES CONFORMIDADE,
SENDO A SI TÃO CONTRÁRIO O MESMO AMOR?
Luis de Camões
Amar o perdido deixa confundido este coração.
Nada pode o olvido contra o sem sentido apelo do Não.
As coisas tangíveis tornam-se insensíveis à palma da mão.
Mas as coisas findas, muito mais que lindas, essas ficarão.
Carlos Drummond de Andrade
O meu olhar é nítido como um girassol,
tenho o costume de andar pelas estradas
olhando para a direita e para a esquerda, e de vez em quando olhando para trás...
e o que vejo a cada momento e aquilo que nunca antes eu tinha visto.
E eu sei dar por isso muito bem, sei ter o pasmo essencial que tem uma criança se, ao nascer, reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento para a eterna novidade do mundo.
Creio no mundo como num malmequer, porque o vejo.
Mas não penso nele, porque pensar é não compreender...
O mundo não se faz para pensarmos nele -pensar é estar doente dos olhos - mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...
Não sei quantas almas tenho. Cada momento mudei. Continuamente me estranho. Nunca me vi nem acabei. De tanto ser, só tenho alma. Quem tem alma não tem calma.
Fernando Pessoa
Nenhum comentário:
Postar um comentário